19 Jul 2024

Trabalhadores do ramo de açougues devem estar atentos a SST

É de extrema importância os empregadores fornecerem aos colaboradores desse segmento os EPIs necessários

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Além da limpeza e presteza dos trabalhos dentro de açougues, quem atua no ramo está sujeito a diversos riscos, que vão desde a entrada nas câmaras frigoríferas, passando manuseio das carnes com facas e demais maquinários para corte, além de lesões como torções, esforço repetitivo, quedas ou mesmo a ausência de equipamentos adequados de proteção.

Em dezembro, um homem de 31 anos teve a ponta do dedo amputada durante o horário de trabalho, quando fazia cortes de carnes em um açougue, em São Francisco do Sul, SC. Ao NSC Total, os Bombeiros Voluntários atenderam a vítima, que estava estável e foi encaminhada à uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade.

 

Atividades em açougues

A Norma Regulamentadora que trata do assunto é a NR-12, sobre Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos, o que engloba as atividades em açougues (Anexo VII). Segundo o advogado trabalhista Alexandre Bastos, do escritório Alexandre Bastos Advocacia, de Salvador, BA, é de extrema importância os empregadores fornecerem aos colaboradores desse segmento os EPIs necessários, além de manter o máximo possível as condições do ambiente de trabalho saudáveis a esses trabalhadores.

“A profissão de açougueiro envolve diversos tipos de riscos. Por exemplo, é muito comum a ocorrência de acidentes durante as atividades, uma vez que o contato é frequente com ferramentas cortantes. Outro ponto é o frio, um dos agentes insalubres reconhecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego.Dessa forma, como regra geral, o açougueiro terá direito ao adicional de insalubridade no percentual de 20%, devido à exposição ao frio.Entretanto, havendo risco biológico decorrente do manuseio de entranhas de animais, sangue e vísceras, o percentual pode aumentar para 40%”, frisa em seu artigo.

 

Capacitação

A qualificação profissional é um dos meios a que os trabalhadores possam salvaguardar a saúde durante a sua jornada laboral, adequando-se e tomando as medidas preventivas necessárias.

Na cidade de Monteiro, PB, Secretaria de Saúde local, por meio do Setor de Vigilância em Saúde, entregou novos uniformes aos profissionais que atuam no açougue público do município.“Queremos o melhor para os nossos profissionais, por isso estamos sempre buscando investimentos que promovam o bem-estar, o que com certeza proporcionará uma melhor prestação de serviço à população”, frisa a secretária da pasta Ana Paula Oliveira.

Já em Anápolis, GO, a Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Vigilância Sanitária, realizou um curso atendendo a legislação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde, que dispõe sobre o regulamento técnico de boas práticas para serviços de alimentação e determina a capacitação de profissionais que atuam no segmento.“Tratamos de temas como controle microbiológico, conservação e armazenamento, prazos de validade e boas práticas de manipulação de carnes, além de temperatura, higiene pessoal e do estabelecimento. Essa capacitação auxilia na melhoria da qualidade dos serviços oferecidos e também contribui para garantir a segurança dos alimentos produzidos”, diz Gúbio Dias, diretor de Vigilância Sanitária local.

Já na cidade de Americana, SP, há o Programa Futuro Certo da Prefeitura, que cria oportunidades de trabalho e capacitação por meio de parcerias. Em janeiro, o programa divulgou o curso de formação em açougue, de 40 horas, realizado por uma rede de supermercados.

Durante o curso, com aulas teóricas e práticas, os participantes aprenderam o conceito e a introdução ao setor de carnes, além do trabalho seguro com equipamentos de proteção individual e coletiva e a NR-12, segurança alimentar e prevenção de perdas, manuseio e afiação de facas e operação e higiene.

Foto: reprodução
Fonte: Revista Cipa